Custódia
Matéria publicada na Gazeta Mercantil de 24 de Julho de 2006.
Estrangeiro puxa crescimento do setor de custódia de títulos
São Paulo, 24 de Julho de 2006 - Desde o final de 2002, os ativos "guardados" para o investidor externo saltaram 327%. A expansão e o desenvolvimento dos mercados de capitais e investimentos nos últimos anos têm sido acompanhados de perto pelo setor de prestação de serviços, como o de custódia qualificada de títulos e valores mobiliários. Desde o final de 2002, o total de ativos sob guarda em bancos mais que dobrou, passando de R$ 516,7 bilhões para R$ 1,319 trilhão em junho, segundo a Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid). A custódia para o cliente local, como fundos de pensão e gestores de recursos, ainda representa a maior parte do volume de títulos custodiados - cerca de 75% -, mas é o serviço para o mercado externo o que mais cresce. Com o interesse crescente pelo Brasil, a custódia para o investidor estrangeiro deu um salto de cerca de 327% em três anos e meio, com o total de ativos passando a R$ 337,6 bilhões em junho; no mesmo período, o aumento da custódia local cresceu 124,5%, a R$ 982,2 bilhões. Para Pedro Guerra, superintendente de custódia do Citibank, o crescimento da atividade no mercado local está muito associado à expansão do setor de investimentos, com o aumento do patrimônio tanto pela valorização dos preços dos ativos quanto pela entrada de recursos novos de fundos de pensão, gestores, entre outros. Nesse segmento, segundo Guerra, é mais difícil haver uma explosão de ativos, até porque os principais clientes já estão no mercado. "O conceito de custódia, que é a segregação da guarda e controladoria dos ativos, já está inserido entre os investidores locais", afirma. "O crescimento no mercado nacional é orgânico", reforça o superintendente executivo do departamento de ações e custódia do Bradesco, Cassiano Ricardo Scarpelli. Segundo ele, tende a acompanhar a indústria de investimentos, que continua em franca expansão, com o surgimento de novos produtos, como fundos de recebíveis e de private equity. O desafio internamente, segundo Scarpelli, é garimpar novos clientes dia-a-dia, roubando-os da concorrência. O Bradesco, por exemplo, conseguiu um salto de R$ 12 bilhões em ativos custodiados, com a conquista recente dos fundos exclusivos da Petrobras. O potencial maior de crescimento é na área de custódia internacional. "Esse é um mercado grande e pouco explorado, especialmente com o Brasil caminhando para o investment grade", afirma Guerra. O executivo conta que neste ano conquistou 620 novos clientes estrangeiros. Segundo ele, ainda são contas pequenas, de alguns milhares de reais, mas a tendência é de crescimento. Com a isenção, no início do ano, da alíquota de IR sobre os investimentos estrangeiros em títulos públicos federais foi zerada. Isso atraiu muitos investimentos ao País e fez as instituições se mexeram. O Itaú, por exemplo, anunciou em abril a criação de uma gerência de produtos internacionais para atender exclusivamente esse cliente, que investe no Brasil, via Resolução 2.689. "A avalanche de recursos, no médio prazo, virá do mercado externo", diz Scarpelli. Segundo ele, o Brasil disputa apenas 2% dos trilhões de dólares de patrimônio dos fundos internacionais que podem aplicam em países considerados mais arriscados. Mas, com o grau de investimento, esse percentual pode passar a 10%. O Brasil, acrescenta, está preparado para receber grandes volumes: tem regulamentação e infra-esturura.(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 1)(Alessandra Bellotto)
Mercado concentrado
24 de Julho de 2006 - Apesar do tamanho do setor de custódia - R$ 1,319 trilhão -, o mercado é bastante concentrado. O líder Itaú, um dos mais antigos players, detém participação de 22,79%, com a custódia de R$ 300,8 milhões em ativos; o Bradesco tem uma fatia de 16,85% (R$ 222,33 milhões) e o Citibank, 16,43% (R$ 216,90 milhões). Com margens apertadas e necessidade constante de investimentos em tecnologia, escala é a alma do negócio. Segundo o superintendente executivo de ações e custódia do Bradesco, Cassiano Ricardo Scarpelli, os grupos financeiros têm mais vantagens. "Com assets próprias, conseguem ganhos de processamento e sinergia." Em maio, o banco chegou à vice-liderança do setor, posição que era ocupada pelo Citibank. A diferença, no entanto, é relativamente pequena (R$ 5,5 bilhões). "O forte do Citi é a custódia para terceiros", diz o superintendente de custódia Pedro Guerra. Nessa área, o banco é o segundo no ranking, atrás do Itaú. Também, lidera a custódia para estrangeiros, serviço que marcou sua estréia nesse mercado em 1991. "A expertise internacional é a grande vantagem competitiva do Citi." O mercado é concentrado, mas nem por isso menos competitivo. "A custódia é uma importante alavanca de negócios", argumenta Scarpelli. Segundo ele, representa a oportunidade para oferecer outros serviços, como cobrança, operações estruturadas de caixa, serviço de controle para acionistas. Nos EUA, o Citi faz a gestão do portfólio para o cliente, com foco na performance dos investimentos, por exemplo. Desde 2003, o Bradesco investiu R$ 35 milhões em tecnologia. O orçamento do Citi para 2006 e 2007 é de da ordem de US$ 4 milhões.(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 1)
Monday, July 24, 2006
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