Tuesday, December 27, 2005

Fides Asset Management

Matéria sobre a Fides que saiu hoje (27 de Dezembro) no Valor Econômico.


Fides muda estratégia e lança uma carteira long/short
Daniele Camba De São Paulo

A administradora de recursos independente Fides Asset Management - uma das precursoras dos fundos de arbitragem de ações (os long/short) - está se reestruturando e a partir de agora vai se especializar na gestão de carteiras com foco em renda variável e seus derivativos. Uma das conseqüências desse novo rumo foi a saída de um dos sócios, César Trotte, que montou sua própria asset, a Mandarim, levando junto o fundo multimercado Fides Advanced, que foi o primeiro produto lançado pela asset, em 2002, e que atua nos diversos mercados - câmbio, juros e bolsa. Dentro da nova estratégia, a Fides acaba de lançar um fundo de arbitragem de ações, o Fides Long Short Plus.
Um dos estímulos para essa mudança de rota foi a movimentação do setor este ano, quando várias assets que possuem fundos multimercados que atuam com diversos ativos registraram quedas significativas de retorno e uma onda de resgates. Já os multimercados mais focados em um determinado tipo de ativo, como os long/short, foram os que sofreram menos arranhões. Não por acaso, esta foi uma das categorias de fundos que mais cresceu este ano.
O exemplo do mercado americano, que se desenvolveu muito calcado em empresas de gestão especializada, também influenciou na decisão. "O Brasil ainda está longe dos EUA, mas caminha para a mesma linha da especialização", diz um dos sócios da Fides Mário Van Erven. Ele acredita que, cada vez mais, o investidor está percebendo que uma gestão especializada geralmente oferece resultados melhores e, por isso, está disposto a pagar mais por ela.
O cenário macroeconômico brasileiro, com o processo de queda dos juros, foi o empurrão final na decisão da asset. Para Van Erven, o corte da taxa Selic, somado aos bons fundamentos da economia, devem deflagrar uma valorização das ações.
Para essa nova fase, a asset está reforçando a equipe, contratando dois analistas de ações, dois gestores e uma pessoa para a área comercial. Também acaba de lançar o fundo Fides Long Short Plus, que irá buscar as melhores oportunidades com arbitragem de ações e no mercado futuro. O próximo passo deve ser o lançamento de outro fundo de arbitragem, com uma estratégia mais específica, mas que Van Erven não detalha.
O fundo Plus vai replicar o modelo de investimento do Fides Long Short (o primeiro da asset nessa categoria), que atingiu o patrimônio de R$ 120 milhões, que era a meta. A estratégia se divide em quatro grupos: um de apostas direcionais, um de ações de baixa liquidez ("small caps"), um de arbitragem pura entre os papéis e um de opções.
Diferente do Fides Long Short, que não usa alavancagem - assumir posições além de seu patrimônio -, o Plus poderá alavancar o seu patrimônio entre duas e três vezes, ou seja, é mais arriscado, mas os ganhos também podem ser maiores. A aposta da asset é que, com os juros em queda, o investidor estará disposto a correr mais risco em troca de retorno. Isso deve aumentar a oferta de multimercados com alavancagem, que atualmente ainda é pequena.
Exatamente pelo risco, o novo fundo tem carência de 40 dias (o saque ocorre 40 dias após o pedido) e a meta é atingir um patrimônio entre R$ 60 milhões e R$ 80 milhões, a metade do primeiro. A aplicação mínima é de R$ 30 mil, com taxa de administração de 2% ao ano e a de performance de 20% do que exceder o CDI. No ano, até o dia 15, o Fides Long Short (o antigo) acumula retorno de 23,86%, ou 131% do CDI.
A especialização já deu frutos. A asset aumentou de 8 para 25 o número de instituições que distribuem seus fundos e o patrimônio do Fides Long Short saltou de R$ 30 milhões, em julho, para os atuais R$ 120 milhões.

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