Thursday, March 16, 2006

Bear Fund

Matéria do jornal Valor Econômico de 16 de Março.

Saga cria fundo contrário ao Ibovespa
Por Catherine Vieira Do Rio

A gestora independente Saga Investimentos montou um fundo com estratégia bastante diferente dos demais do mercado brasileiro. O Saga Bear tem como objetivo constante ter uma correlação exatamente oposta à do índice Bovespa, ou seja, toda vez que o índice cai o fundo sobe e vice-versa. A idéia parece estranha à primeira vista, principalmente num momento após sucessivas altas. Mas o objetivo é tornar o fundo uma proteção, especialmente para carteiras de ações que atuam só comprando papéis e que temem sofrer perdas fortes caso a bolsa tenha uma virada repentina e passe a viver momentos de sobe-e-desce acentuados.
"Em janeiro quando a bolsa chacoalhou, percebemos que boa parte do mercado estava atuando na mesma ponta e decidimos ter um mecanismo de proteção (hedge) maior, além dos que estão disponíveis no mercado", diz Carlos de Carvalho Jr., sócio da Saga. Segundo ele, a estrutura do fundo é montada com lastro em títulos públicos, mas usa operações de derivativos para ficar toda vendida em Índice Bovespa (Ibovespa). "Com isso, o objetivo é fazer com que, quando o índice subir x, por exemplo, o fundo caia x menos o CDI e se o Ibovespa cair x ele suba x mais o CDI ", explica o gestor.
O objetivo é ter uma carteira que funcione somente como a ponta vendida (short) de um fundo do tipo comprado/vendido (long/short). Assim, um fundo de ações comum, que é comprado em bolsa, se combinado com o Saga Bear dentro de um fundo de fundos ou de uma carteira administrada, por exemplo, pode formar uma estratégia comprada/vendida, com o objetivo de neutralizar efeitos de eventuais turbulências na bolsa.
"Há fundos de cotas que não podem fazer determinadas operações, como fazem os fundos de long and short", diz Carvalho. "Então decidimos ter essa experiência do Bear, pois ele pode servir como instrumento para esses fundos de cotas e também como proteção para o nosso próprio fundo."
Ele diz, no entanto, que num mercado de baixa ou com mais instabilidade, o fundo pode acabar se tornando não só uma opção para compor proteção, mas também como investimento especulativo para quem projetar um cenário mais difícil para o mercado de ações.
A administração e a custódia do Saga Bear Hedge ficam a cargo do Pactual e o patrimônio está em cerca de R$ 1 milhão, só com recursos próprios da Saga. A taxa de administração é de 1,5% ao ano e não é cobrada taxa de performance por se tratar de um fundo passivo. O patrimônio total gerido pela Saga é de cerca de R$ 35 milhões.

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