Novo Multimercado na Praça
Segue matéria do Valor Econômico de 23 de Novembro sobre a Cenário.
Lamy volta ao mercado com fundo misto
Catherine Vieira Do Rio
Apesar das demonstrações dos investidores de contínua falta de apetite pelo segmento de fundos multimercados - que já registra saques superiores a R$ 70 bilhões em 2005 - ainda há gestores dispostos a se lançar nesta seara. É o caso da Cenário Investimentos, administradora de recursos carioca montada por José Alfredo Lamy e uma equipe que o acompanha praticamente desde a época em que atuava como diretor do Banco Boavista, passando pelo Liberal e pelo Bank of America (BofA).
Criada há quase dois anos, só agora, com um histórico de resultados montado, a Cenário está abrindo seu único fundo para captação, sem apelar para os modismos recentes dos independentes, que tem apostado nos long/short, que se concentram mais em operações de arbitragem. "Nosso fundo é um multimercado tradicional, com foco nas direções macroeconômicas", explica Lamy. Na equipe, Lamy conta com José Alfredo da Justa, André Cardoso, Ronaldo Baeta Guimarães Júnior e Germano Ferolla, este último o único novato no time, vindo do Banif Primus, onde atuava desde 1999.
O Cenário FI tem aplicação mínima inicial é de R$ 50 mil e há carência de 30 dias no resgate. "O objetivo é buscar um diferencial de retorno em relação ao CDI, mas com volatilidade baixa, tanto que não tivemos nenhum mês de variação negativa desde o início do fundo", diz Lamy. Desde que foi criado, o Cenário rende 110% do CDI e, em 2005, o ganho está empatado com o do referencial.
Economista formado pela PUC-RJ, Lamy iniciou carreira na Fundação Getúlio Vargas, onde completou seu doutorado, e logo tornou-se figura proeminente no mercado financeiro carioca. No Boavista, atuou por 16 anos, por último como principal executivo do banco. Saiu em 1997 para o Liberal, posteriormente comprado pelo BofA.
Em 2002, os fundos administrados pelo BofA ainda na gestão de Lamy tiveram perdas de até 30% por conta da marcação a mercado. Os problemas acabaram contribuindo para o desgaste que o BofA já vinha enfrentando no país, tanto que logo após o episódio, o banco encerrou as atividades por aqui , retornando apenas com a compra do BankBoston nos EUA. O BofA fechou um acordo com a Anbid para, mediante o pagamento de um valor destinado à educação dos investidores, suspender processos por problemas na gestão.
Ronaldo Baeta, lembra que apesar das perdas de quase 30% que um dos fundos do BofA chegou a registrar em 2002, na época da crise da marcação a mercado, ao longo daquele ano as cotas se recuperaram e a perda no fim do ano reduziu-se para 4%. A carteira de fundos do BofA foi transferida, ainda em 2002, para o HSBC.
Apesar dos problemas nos fundos do BofA em 2002, Lamy diz que não há pendências com os órgãos reguladores que impeçam os gestores de atuar. O Boavista também chegou a ter problemas com seus fundos, mas isso ocorreu na época da flexibilização do câmbio, em 1999, quando Lamy e sua equipe já estavam no Liberal.
Wednesday, November 23, 2005
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